EMBRAER e Flexjet assinam acordo avaliado em até US$ 7 bi, representando maior pedido firme para ambas as empresas e reafirmando compromisso de longa data da Flexjet com jatos Phenom e Praetor, em 06.02.25

No dia 05, a EEJ – EMBRAER Executive Jets, divisão de aeronaves executivas da EMBRAER, anunciou um contrato de compra de jatos Phenom e Praetor pela Flexjet, líder global no mercado de propriedade compartilhada de jatos executivos. O acordo compreende uma frota que inclui os modelos Praetor 600, Praetor 500 e Phenom 300E, bem como um abrangente pacote de serviços e suporte.
O acordo está avaliado em até US$ 7 bilhões a preços de tabela atuais. Este é o maior pedido feito pela Flexjet em seus 30 anos de história, e também é o maior pedido firme para jatos executivos da EMBRAER.
Com o novo acordo, a Flexjet reafirma seu compromisso de longa data como primeiro cliente frotista dos jatos Praetor e agora introduz a nova geração do modelo Phenom 300E em seu crescente portifólio global.
“Estamos muito satisfeitos com o compromisso renovado da Flexjet com a EMBRAER por meio desse abrangente contrato de compra, que fortalece ainda mais nossa parceria estratégica de mais de 20 anos”, disse Michael Amalfitano, presidente e CEO da EMBRAER Executive Jets. “Estamos muito animados em poder continuar oferecendo aos clientes da Flexjet acesso aos nossos jatos Phenom, líderes de mercado, e aos jatos Praetor, os melhores de suas respectivas categorias”, completou Amalfitano.
A parceria entre a EMBRAER e a Flexjet teve início em 2003, quando a Flight Options, empresa que passou a fazer parte do grupo Flexjet em 2015, se tornou a primeira empresa de propriedade compartilhada a introduzir o jato Legacy Executive em sua frota. Essa parceria de longa data cresceu significativamente ao longo dos anos e continua hoje com uma presença crescente de aeronaves Praetor 600, Praetor 500 e da série Phenom 300 na frota global da Flexjet.
“Ao completarmos 30 anos de Flexjet, nos parece apropriado estender nosso relacionamento profícuo e de longo prazo com a Embraer com este pedido firme histórico. Desde 2003, recebemos mais de 150 aeronaves Embraer”, disse Michael Silvestro, CEO da Flexjet. “Ambos, o Praetor 500 e o Praetor 600, são aeronaves de alto desempenho na frota da Flexjet. O Praetor 600 foi tão bem aceito na Europa que optamos por incluí-lo em nossa frota norte-americana em 2023, aumentando nosso portfólio de jatos EMBRAER nos dois continentes. E como primeira empresa a oferecer propriedade compartilhada do Praetor 500, nossos técnicos de manutenção e pilotos estão intimamente familiarizados com a aeronave e animados com o crescimento contínuo dessa frota”, discorreu Silvestro.
A Flexjet tem um histórico como primeiro cliente frotista de três produtos da EMBRAER: o Legacy Executive em 2003, o Phenom 300 em 2010, o Legacy 450 em 2016 e o Praetor 500/Praetor 600 em 2019.
Além disso, a Flexjet celebrou marcos importantes com a EMBRAER, como a entrega do 100º jato Phenom 300, em 2012, e do 1.000º jato executivo da EMBRAER, um Legacy 500, em 2016. Essas aeronaves quebraram barreiras em suas respectivas categorias, sendo que o Phenom 300 é o jato executivo leve mais entregue no mundo por 12 anos consecutivos, de acordo com números divulgados pela GAMA (General Aviation Manufacturing Association). O Legacy 450 e o Legacy 500 foram as primeiras aeronaves Fly-by-wire na frota da Flexjet, oferecendo desempenho de aeronaves maiores com economia de médio porte.
A Flexjet ingressou no mercado de propriedade compartilhada em 1995. A Flexjet oferece leasing e propriedade compartilhada de jatos. O programa de aeronaves compartilhadas da Flexjet é o primeiro do mundo a ser reconhecido por ter alcançado o Padrão de Auditoria da Indústria (Industry Audit Standard) pela Fundação de Segurança de Fretamento Aéreo (Air Charter Safety Foundation). A Flexjet é a primeira e única empresa a ser honrada com 20 Prêmios Diamante de Excelência (Diamond Awards for Excellence) pela agência regulatória de aviação do EUA (FAA) e mantém o padrão de segurança (Platinum Safety Rating) da ARG/US, entidade norte-americana privativa de auditoria de segurança da aviação geral, além de preservar o nível 2 de aferimento de segurança pela IS-BAO, entidade internacional de segurança da aviação executiva.
O programa de propriedade compartilhada da Flexjet dispõe de uma seleção exclusiva de aeronaves executivas – algumas das mais novas na indústria de compartilhamento, com idade média de aproximadamente seis anos. Em 2015, a Flexjet criou o Red Label by Flexjet, programa que oferece a frota mais nova da indústria com tripulação dedicada a uma só aeronave e a coleção de design de interior LXi Cabin Collection. Constam hoje mais de 30 designs de interior na frota, que inclui da Bombardier os modelos Challenger 350 e Global Express, da Gulfstream os modelos G450, G500 e G650, além dos EMBRAER Legacy 450 e Praetor 500. Além disso, a coleção geral de jatos inclui o EMBRAER Phenom 300 e o Bombardier Challenger 300. A Flexjet é membro da família de empresas Directional Aviation.
Ação da EMBRAER salta após histórica encomenda de jatos da Flexjet, reforçando a visibilidade da receita da Aviação Executiva
Fonte: InfoMoney – 05/02/2025
Após o anúncio de receber da operadora norte-americana Flexjet o maior pedido de jatos executivos da sua história, envolvendo até 212 aeronaves e um valor avaliado em até US$ 7 bilhões (equivalentes a R$ 40,4 bilhões, a ação da EMBRAER (EMBR3) na Bolsa brasileira operava com forte valorização nesta quarta-feira (05) – às 11h42 (horário de Brasília), saltando 11,10%, a R$ 63,89. No final do pregão, a ação fechou com R$ 66,37, alta de 15,5%, com preço médio no dia de R$ 64,49, com máximo de R$ 66,58 e mínimo de R$ 61,01 (uma variação de R$ 5,57, ou 9,13%).
A XP Investimentos avalia em relatório o anúncio como positivo, uma vez que reduz os riscos de execução à medida que aumenta a visibilidade da receita e reforçando as perspectivas de crescimento para os próximos anos (que vemos como parte crucial da reavaliação múltiplos da empresa, mitigando as preocupações acerca de uma possível baixa de ciclo na Aviação Executiva.
Segundo a XP, a adição de US$ 7 bilhões em carteira deve elevar os níveis do índice book-to-bill (relação que compara o número de pedidos recebidos por uma empresa com o número de pedidos atendidos) para 4,5 a 5,0 vezes para a divisão Executiva, considerando os números de receita de 2024, garantindo 5,0 a 5,5 anos de visibilidade de receita em relação às as estimativas para receitas de 2025.
Embora mantenha as estimativas de entrega/receita inalteradas até agora, a XP acredita que tal pedido não apenas garante uma visibilidade mais longa das receitas, mas também reduz o risco de crescimento de entrega nos próximos anos.
O Itaú BBA comenta que a notícia reforça a confiança dos investidores no forte momento da EMBRAER.
Para o BBA, o pedido valida ainda mais a tese e o forte momento dos jatos executivos, com a backlog (carteira de pedidos) da fabricante praticamente dobrando após este acordo.
O banco espera que isso sustente o crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da EMBRAER de pelo menos 10% ao ano até 2028, traduzindo-se em uma TIR (taxa interna de retorno) de 15%.
Segundo o BBA, o potencial aumento dos segmentos Comercial e Defesa pode levar esta TIR para aproximadamente 20%.
Para o banco, a ação continua sendo uma tese negligenciada, com alta liquidez (R$ 300 milhões volume negociado por dia), bom momento e tendências positivas na revisão de lucros. Dessa forma, BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de US$ 51 por ADR (recibo de ações negociado no EUA da fabricante).
O Bradesco BBI também vê a notícia como positiva para EMBRAER, já que os US$ 7 bilhões aumentam a carteira de pedidos consolidada do 3T24 da empresa em até 31%, o que reforça as fortes tendências de demanda para o segmento de aviação executiva.
Segundo estimativas do BBI, esses pedidos serão entregues entre 2026 e 2030, o que pode gerar um valor presente líquido (VPL) de US$ 383 milhões, ou US$ 2,10 por ADR da EMBRAER, com 5% de alta em relação ao preço de fechamento de ontem.
Além disso, a forte demanda por jatos executivos pode ajudar a sustentar o poder de precificação da EMBRAER no segmento e também pode justificar uma expansão de capacidade pela empresa. Nesse contexto, o BBI assumiu que a EMBRAER pode entregar 150 jatos executivos por ano a partir de 2026.
O BBI manteve recomendação de compra para a EMBRAER e um preço-alvo de US$ 43,00 para o ano de 2025.
O JPMorgan vê o anúncio de hoje como muito positivo, impulsionando as ações da EMBRAER e levando a um desempenho superior ao Ibovespa, apoiado pelo aumento da contribuição da aviação executiva para os resultados e pelo crescimento da backlog.
Levando em conta os 182 jatos encomendados firmemente (US$ 6 bilhões), o acordo eleva a carteira total de pedidos da EMBRAER em aproximadamente 26%, para cerca de US$ 28,7 bilhões, e aumenta a backlog de jatos executivos em 2,4 vezes, para US$ 10,4 bilhões, representando uma duração de aproximadamente seis anos.
Segundo o JPMorgan, assumindo que o múltiplo EV/backlog da EMBRAER permaneça em torno de 0,3 vez (média histórica), esse pedido representa um potencial de valorização de quase 30% em relação aos níveis atuais. Do ponto de vista do lucro, assumindo uma margem EBIT de 10 a 12% apenas sobre o pedido firme, este contrato deve adicionar US$ 600 a 720 milhões ao EBIT nos próximos cinco anos, representando cerca de 14 a 17% de nossa estimativa de EBIT para o período.
Atualmente, o papel EMBRAER (ERJ) negocia a 8,3 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025, comparado a Boeing (BA) a 38,2 vezes, Airbus (AIR) a 12,4 vezes e Bombardier (BBD/B) a 7,2 vezes.
O JP Morgan reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 78.