DECEA realiza mais uma reunião técnica multidisciplinar com especialistas envolvendo o Aeroporto de Jacarepaguá, no RJ, para tratar de nível de ruído, em 23.11.21


O ruído ao redor dos aeroportos de grandes centros é um desafio e um tema cotidiano para os moradores de regiões próximas.  Por definição, ruído aeronáutico se refere às operações de circulação, aproximação, pouso, decolagem, subida, rolamento e teste de motores de aeronaves.

Nos últimos meses, a atenção está voltada para o Aeroporto de Jacarepaguá (SBJR), na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, depois de reivindicações da comunidade vizinha e bairros adjacentes sobre ruído aeronáutico recebidas pelos órgãos responsáveis do aeródromo.

Localizado na Barra da Tijuca, o Aeroporto de Jacarepaguá/Roberto Marinho (SBJR) tem pista (03/21) de 900 m. de comprimento, homologado para operação VFR, diurna e noturna, com serviço de controle de tráfego aéreo. É um aeródromo vocacionado para a operação de vôos visuais, não dispondo de equipamentos de auxílio à navegação. O trafego aéreo deste aeroporto é de aeronaves de pequeno e médio porte operadas pela aviação geral, além de atividade offshore, de helicópteros que operam em plataformas de exploração de petróleo e gás fixas ou flutuantes. O aeroporto de funciona das 05 horas da manhã até às 10 da noite (horário local). Sua capacidade máxima de operação é de 31 movimentos por hora contabilizando mais de sete mil movimentos entre pousos e decolagens.

A INFRAERO, através de sua Comissão Local de Gerenciamento de Ruído Aeronáutico (CLGRA), elabora anualmente um relatório de gerenciamento de ruído que é apresentado à ANAC, com as principais solicitações que dão entrada pela Ouvidoria, além de medidas pertinentes aos seus limites de competência.

Segundo o engenheiro Bruno Pereira, representante da INFRAERO, a organização é responsável pelo Plano Específico de Zoneamento de Ruído (PEZR). A medição é feita por estações de monitoramento de ruídos, que é de responsabilidade do operador aeroportuário.

Para mitigar a questão do ruído, no entorno do Aeroporto de Jacarepaguá/Roberto Marinho (SBJR), foi criado um Grupo de Trabalho (GT) em busca de soluções que atendessem os setores envolvidos, mantendo o nível de desempenho da segurança operacional e do fluxo de tráfego aéreo, que está diretamente associado à vocação do aeroporto. Fazem parte do GT: o DECEA, o Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), a NAV Brasil (empresa responsável pelo tráfego no aeródromo), a INFRAERO – da administração aeroportuária – e representantes de empresas operadoras de helicópteros.

Na semana passada, foram realizadas duas reuniões técnicas no auditório da INFRAERO, no Aeroporto de Jacarepaguá, com especialistas do DECEA, do CRCEA-SE (Órgão Regional subordinado ao DECEA), da NAV Brasil, da INFRAERO, Petrobras e operadoras das aeronaves daquela localidade.

O CRCEA-SE apresentou o histórico da confecção da Carta Aeronáutica Visual (VAC) do aeroporto, desde 2012. Assim, foi possível constatar que a configuração de navegação continua a mesma, ou seja, as aeronaves de asa fixa e rotativa fazem sistematicamente trajetórias idênticas, não houve mudança de rotas. Em 2015 e 2019, foram feitas atualizações na VAC, sem nenhuma alteração nos portões de acesso ao circuito do tráfego da região.

Em agosto deste ano, o DECEA emitiu a Publicação de Informação Aeronáutica (Suplemento AIP) nº 93, com uma alteração significativa para o tráfego aéreo local. O documento informa sobre a elevação na altura que as aeronaves evoluem no circuito de tráfego, o que significa que os procedimentos de vôo (pouso e decolagem) são realizados em altitudes mais altas assim para a diminuição do ruído no entorno do aeródromo.

Enquanto prestador de serviço de navegação aérea, o DECEA tem como princípio essencial “ser reconhecido como referência global em segurança, fluidez e eficiência no gerenciamento e controle integrado do espaço aéreo”.

De acordo com o chefe da Divisão de Coordenação e Controle do Subdepartamento de Operações do DECEA, tenente-coronel aviador Diego Henrique de Brito, foi consenso entre os envolvidos a mudança no perfil (altitude) da circulação visual. “Todas as iniciativas do DECEA, feitas de forma colaborativa com órgãos de governo e empresas, são no sentido de encontrar as melhores práticas em prol da sociedade. É um compromisso. Não é à toa que o Brasil ocupa posição de destaque no cenário da aviação mundial, é um reflexo de sua missão de prestar um serviço de excelência, em consonância com as recomendações da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), da qual somos signatários desde 1944”, pontuou.


No blog:

https://aib-el.com.br/site/decea-com-participacao-da-petrobras-estuda-situacao-de-ruido-no-aeroporto-de-jacarepagua-no-rj-em-19-10-21/