Textron posta resultados trimestrais, com redução nas entregas sofrendo efeitos de problemas na cadeia de suprimentos de componentes, principalmente para linha Cessna Citation, compensada pelo maior volume de pós-venda, em 28.10.22


Os problemas da cadeia de suprimentos pesaram para a Textron Aviation nas entregas de jatos executivos Cessna Citation, principalmente, e turboélices Beechcraft King Air no terceiro trimestre, levando a uma receita menor no período.

De acordo com o relatório de resultados financeiros trimestrais (3T22) da empresa controladora Textron divulgado nesta quarta dia 27, a Textron Aviation entregou 39 jatos (54%) e 33 turboélices (46%), ie 72 aviões, abaixo dos 49 jatos (58%) e 35 turboélices (42%) do 3T21, ie 84 aviões, no 3T21 (um ano antes), uma diferença de 12 aviões (-14,3%), com as diferenças parciais de 10 jatos (-20,4%) e de 2 turboélices (5,7%).

A receita de US$ 1,2 bilhão no trimestre foi, em US$ 14 milhões, ligeiramente abaixo (1,2%) do terceiro trimestre de 2021, com erosão pela redução das entregas de aeronaves parcialmente compensada por um aumento de 18% na base de comparativa anual no volume de pós-venda. O lucro trimestral, no entanto, subiu expressivamente para US$ 139 milhões, um aumento de US$ 41 mi (42%) em relação ao ano anterior. A margem foi de 11,6%.

A carteira de pedidos em 30 de setembro foi registrada em US$ 6,4 bilhões, graças a uma relação book-to-bill [encomenda : entrega/faturamento] de 1,5:1 – quase o dobro da carteira de US$ 3,5 bi no ano anterior.

“Oferecemos um forte desempenho mesmo enquanto continuamos a experimentar interrupções na cadeia de suprimentos ao longo do ano que afetaram os cronogramas de produção”, disse Scott Donnelly, CEO da Textron, em teleconferência com analistas para apresentação dos resultados financeiros trimestrais. Donnelly acrescentou que a demanda por aeronaves continua robusta com “muita atividade de pedidos”, incluindo clientes novos na aviação executiva, empresas de compartilhamento (fracionamento) e departamentos de vôo corporativos que estão renovando suas frotas.

Donnelly admitiu que os desafios da cadeia de suprimentos afetaram o número de aeronaves que conseguiu entregar aos clientes durante o trimestre. “Como você sabe, estamos aumentando nossos volumes de produção ao longo do ano”, explicou Donnelly. “Continuamos a fazer isso, mas … com certeza continuamos a ver algumas dificuldades em apenas conseguir peças. O ritmo de trabalho laboral está aumentando e indo razoavelmente bem, mas tivemos alguns impactos críticos em partes [da linha de produção]”, disse Donnelly.

Quando perguntado sobre quais peças ou componentes são limitados, Donnelly identificou os motores como um dos sistemas com problemas de fornecimento. “[As fabricantes de] motores estão sobrecarregados e, como todos sabem, há um modelo específico que é importante para nós que teve um problema que remonta a esse [conflito] russo-ucraniano, mas acho que está em modo de recuperação”, disse ele. “Acho que a parte frustrante para o nosso pessoal é que está em todo lugar. Esse é o problema desse negócio. Cada componente é importante”, Donnelly completou.

Donnelly enfatizou que, apesar dos problemas da cadeia de suprimentos, a Textron continua aumentando sua produção por meio de mais horas de trabalho e atividade na fábrica, mas “claramente não conseguiremos chegar ao número de jatos que estávamos originalmente esperando. Mas vamos manter essa atividade crescente até 2023”, prosseguiu.

Em um momento mais leve durante a teleconferência de resultados, o analista George Shapiro observou que a cadeia de suprimentos parecia estar afetando a Textron Aviation mais do que outras fabricantes de jatos executivos de ponta, como a Gulfstream, e perguntou se havia alguma diferenciação quanto ao motivo. “Eu não tenho, George”, disse Donnelly, para emendar: “Eu tenho uma lista de todas as peças que estão faltando agora. Eu poderia ligar para [presidente da Gulfstream] Mark [Burns] e ver se ele tem alguns [componentes] extras”.

Finalizando, Donnelly deu sua mensagem expressando sua expectativa: “Acho que teremos um quarto trimestre forte … não sei como explicar a diferença entre os comentários com algumas das coisas de ponta versus onde estamos, mas é algo que vamos administrar. Vai ficar tudo bem”. [EL] – c/ fontes