JAL fazendo testes de vôo de B.738 com fuselagem com película revestidora para superfície de menor fricção e limpeza aerodinâmica atenuando arrasto – com a tecnologia Riblet Sharkskin, em 14.03.23  


Em uma tentativa em meio ao plano de alcançar emissões líquidas de carbono zero até 2050, a cia aérea de bandeira Japan Airlines (JAL) está executando testes de vôo com dois Boeing 737-800NG para avaliação de durabilidade da tecnologia Riblet Sharkskin – alusiva à superfície do corpo de um tubarão -, consistindo de uma película texturada/ranhurada à fuselagem para resultar superfície de menor fricção e para limpeza aerodinâmica atenuando arrasto, com o objetivo deste melhor desempenho de vôo (com menor arrasto) resultar uma eficiência de operação em termos de menor consumo de combustível.

Aplicado de maneira específica, o revestimento externo da fuselagem se inspira – “imita” – a pele de tubarões e diminui os efeitos do atrito da superfície da fuselagem ao afastar os vórtices da superfície da aeronave. De acordo com a JAL, a aplicação da tecnologia Riblet Sharkskin pode melhorar a consumo de combustível em 2%.

A campanha de teste está sendo realizada sob um acordo de pesquisa conjunta envolvendo a JAL, a JAXA – Japan Aerospace Exploration Agency (agência de exploração aeroespacial do Japão), a empresa de tintas industriais O-Well e a Nikon Corp. A Boeing também está trabalhando em cooperação com o ‘braço’ de engenharia da JAL para otimizar o processo da aplicação do revestimento.

Os testes envolvem dois tipos de tecnologia próprias patenteadas de processamento de superfícies com uma membrana (filme) de riblets – textura ranhurada com saliências (estrias) de apenas 50 micrômetros (50 milionésimos de m, ou 50 milésimos de mm) de espessura – em método de pintura e revestimento da O-Well, que usa um molde solúvel em água para aplicar os riblets, e o processo de filme microfabricado a laser da Nikon, que pode processar diretamente os riblets ou anexar filme processado por riblets, dependendo da superfície do material.

A Nikon disse que seu método a laser pode ser aplicado a corpos de aeronaves e pás de turbinas. Os planos futuros exigem uma máquina de processo de controle autônomo para revestir grandes superfícies de aeronaves. “Pode-se esperar um efeito de riblet de longo prazo mesmo em peças com longos ciclos de substituição, pois a durabilidade original do revestimento pode ser mantida por processamento direto usando a tecnologia exclusiva de processamento a laser da Nikon”, disse a Nikon em um comunicado.

Para testes de vôo, ambas as técnicas de superfície ranhurada/estriada em riblet estão sendo testadas separadamente na “barriga” (fundo da fuselagem) de cada Boeing. De acordo com a JAL, a profundidade das ranhuras é de 50 mícrons – aproximadamente a espessura de um fio de cabelo humano.

“Até agora, mais de 1.500 horas de vôo foram acumuladas na aeronave pelo método da O-Well e mais de 750 horas na aeronave pelo método da Nikon”, divulgou a JAL em comunicado. “As estrias aplicadas pela O-Well e pela Nikon têm durabilidade suficiente”, indicou a JAL.

A campanha de teste de vôo da JAL inclui testes de túnel de vento e simulações de vórtice usando um supercomputador da JAXA para avaliar a redução do atrito do revestimento (filme/película revestidora).

A JAL divulgou que pretende reduzir as emissões de CO2 até o ano fiscal de 2023, com planos de aplicar o revestimento com a tecnologia Riblet Sharkskin em várias aeronaves de sua frota, incluindo aviões das rotas internacionais, para reduzir o consumo de combustível.

A JAL está entre as poucas companhias aéreas que estão testando a aplicação da tecnologia Riblet Sharkskin à medida que a indústria se move para reduzir sua pegada de carbono. A ANA selecionou a tecnologia com o processo de filme a laser da Nikon para jatos B.787 Dreamliner e a Swiss International Air Lines e a Lufthansa também avaliaram a tecnologia em jatos B.777.

Em outubro, a All Nippon Airways (ANA) lançou seu programa Boeing 787 Dreamliner Green Jet usando o processo de filme a laser da Nikon.

Enquanto isso, a Lufthansa Technik e a empresa química multinacional BASF modificaram dois Boeing 777 – um 777-300ER e um 777F, para a Swiss International – usando sua tecnologia de superfície AeroSHARK proprietária, que reduz o consumo de combustível e as emissões de CO2 em cerca de 1%. Em dezembro passado, a Lufthansa Technik recebeu da EASA um Certificado de Tipo Suplementar (STC) da EASA para a modificação.

Os clientes de lançamento do AeroSHARK, a Swiss International Air Lines e a Lufthansa Cargo, estão agora estreando a tecnologia com planos de modificar suas frotas 777 com o filme riblet. A Swiss pretende modificar todos os 12 de seus B.777-300ER, enquanto a Lufthansa Cargo aplicará a tecnologia a onze B.777F. A BASF disse que as modificações reduzirão as emissões de carbono do Grupo Lufthansa em mais de 25.000 toneladas por ano. [EL] – c/ fontes

 

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