Bombardier eleva meta de faturamento e lucro para até 2025, em meio ao plano de reversão do elevado endividamento e um caminho para robustez financeira, em 24.03.23


Seguindo em cumprir os objetivos financeiros de seu plano de recuperação contábil, a fabricante canadense Bombardier elevou suas metas para até 2025 de receita, de US$ 7,5 bilhões (meta prevista em plano de negócios em 2021) para US$ 9 bi (+US$ 1,5 bi, ou 20%), quando em 2025 planeja entregar 150 aeronaves ao ano, ante um aumento de 12 aviões (8,7%) sobre a meta prevista anteriormente, de 138 aeronaves.

A nova meta de receita (de US$ 9 bilhões) é US$ 2,1 bilhões (30,4%) superior à receita de 2022, de US$ 6,9 bi. A nova meta de entregas de aeronaves (150) é 30 unidades superior à entrega de 2022, de 120 aeronaves (25%).

O ano de 2021 marcou a transformação da Bombardier numa fabricante exclusivamente da aviação executiva.

Juntamente com as receitas, a Bombardier estabeleceu metas de lucratividade mais agressivas e está prevendo um EBITDA ajustado de mais de US$ 1,625 bilhão, em comparação com a meta original de US$ 1,5 bi, uma diferença US$ 125 milhões (8,3%).

“Em 2021, estabelecemos as bases para uma Bombardier mais forte, mais resiliente e previsível até 2025. No meio do caminho, podemos dizer que estamos cumprindo essa promessa”, disse o presidente e CEO da Bombardier, Éric Martel. “Todas as prioridades estratégicas da Bombardier estão no cronograma ou à frente do plano. Portanto, estamos orgulhosos de anunciar hoje que estamos elevando a barra com confiança”, falou Martel.

Contribuindo para a melhora (elevação) de resultados estão os retornos de seus planos de longo prazo para expandir suas receitas da divisão de negócio pós-venda.

Durante encontro com investidores (em evento Investor Day), nesta quinta dia 23, executivos da Bombardier disseram que estão a caminho de alcançar uma contribuição anual de US$ 2 bilhões da divisão do negócio até 2025, um salto de US$ 667 milhões (50%) em relação a 2020 e US$ 500 mil (33%) superior à cifra de US$ 1,5 bilhão no resultado de 2022. Impulsionando isso, houve uma expansão dramática de sua presença no mercado de reposição de peças/componentes, que incluiu a abertura de novos centros ou expansão de centros de serviço e suporte em Miami e Melbourne, na Flórida, no EUA, em Londres, na Inglaterra, e em Cingapura, entre outras atividades.

Também contribuindo para a melhoria da receita geral está o início do crescimento em seu programa de aeronaves usadas “certificadas” e negócios do segmento de Defesa. No entanto, Martel observou que a Bombardier espera que esses negócios cresçam significativamente no período de 2025 a 2030, incluindo a possibilidade do negócio de Defesa trazer US$ 1 bilhão até o final da década. Quanto ao programa de aeronaves usadas “certificadas”, a Bombardier vê cerca de 460 de seus jatos chegando ao mercado de aeronaves usadas por ano, oferecendo uma sólida oportunidade de crescimento.

Quanto ao crescimento da lucratividade, Martel vê o modelo de cabine larga de ultralongo alcance Global 7500 como um dos principais produtos-contribuintes nos próximos anos, mas disse que a fabricante já está prevendo e perspectivando retornos mais fortes em todas as suas aeronaves.

Outra meta importante que a Bombardier aumentou é a métrica fluxo de caixa livre, prevendo atingir a marca de US$ 900 milhões até 2025. Isso forneceria “opcionalidade de alocação de capital”, de acordo com o vice-presidente executivo e CFO da Bombardier, Bart Demosky, incluindo opções para uma nova aeronave, fusões e aquisições atividade, aliviando ainda mais a dívida ou retornos para o acionista. Isso dará à Bombardier mais flexibilidade a uma condição que ‘freou’ os gastos com pesquisa e desenvolvimento nos últimos anos.

“Teremos a mesma disciplina”, disse Martel sobre o fluxo de caixa livre adicional. “Vamos colocar todas as opções na mesa … e olhar para cada Dólar que temos”, completou Martel. Ele adiantou quer as decisões serão tomadas do ponto de vista puramente financeiro sobre o que é melhor para o acionista e para o crescimento de longo prazo da fabricante, como uma empresa.

Segundo os executivos, viabilizar a aprovar isso isso será uma redução de 45% da dívida bruta, de US$ 5,6 bilhões em 2022, e uma queda dramática em seu índice de alavancagem líquida (dívida principal pendente menos caixa livre – sem restrição) de 41,5 em 2020 para 4,6 no ano passado. Essa redução levou a melhores classificações de crédito, reduzindo o custo dos empréstimos, bem como reduzindo os pagamentos de juros.

Numa coletiva com imprensa, Martel chamou o Investor Day de um “marco importante”, observando os céticos de seu plano original e expressando confiança na trajetória da Bombardier. Martel reconheceu as incertezas econômicas e da cadeia de suprimentos, mas acredita que está confortável com o curto prazo à luz do progresso financeiro da Bombardier. “Estamos bem equipados porque tornamos a empresa mais sólida”, completou Martel. [EL] – c/ fonte