Após início lento no ano, Gulfstream ainda espera atingir as metas de entrega para 2023, em 01.05.23


A Gulfstream entregou 21 jatos executivos no primeiro trimestre (1T23), três a menos (-12,5%) do que suas projeções e quatro a menos (16%) do que entregou no mesmo período do ano anterior (1T22), de acordo com a controladora General Dynamics em sua teleconferência de resultados trimestrais na manhã da quarta dia 28.

Durante os primeiros três meses do ano, a fabricante americana de Savannah, na Geórgia, entregou quatro jatos G280 (supermédio) – 19% – e 17 jatos de cabine larga – 81%.

Embora atrasos burocráticos no registro no país de origem do cliente tenham impactado a entrega de um jato cabine larga, a presidente e CEO da General Dynamics, Phebe Novakovic, observou que o último trimestre (1T23) foi o primeiro em que a fabricante perdeu uma entrega de avião devido a problemas na cadeia de suprimentos quando dois jatos G280 foram atrasados devido à chegada tardia de motor.

“A escassez de peças dentro do cronograma da cadeia de suprimentos, especialmente da Honeywell, criou um trabalho significativo fora da estação, que é inerentemente menos eficiente”, disse Novakovic durante a teleconferência. “O outro impacto das entregas de peças atrasadas – além do aumento dos custos – é que não podemos aumentar nossa taxa de construção até que o fornecimento de peças seja mais previsível”, Novakovic comentou. “Até agora, conseguimos contornar as entregas de peças atrasadas”, continuou Novakovic, observando que a cadeia de suprimentos, principalmente no setor aeroespacial, foi cobrada por algum tempo. “Temos uma linha de visão muito clara para o terceiro e quarto trimestres, e a maioria desses fornecedores espera melhorar totalmente. Trabalharemos com os restantes para garantir que eles tenham os recursos para executar o contrato”.

Novakovic acrescentou que a maioria dos fornecedores da Gulfstream espera que essa situação de escassez de peças resultado atraso de entregas se resolva até o terceiro trimestre.

No geral, a unidade aeroespacial da General Dynamics terminou o trimestre com apenas US$ 11 milhões a menos em receita do que no ano anterior, apesar de entregar quatro aeronaves a menos. O déficit foi quase completamente compensado por serviços Gulfstream mais altos, trabalho em aeronaves de missão especial e volume da Jet Aviation.

Em termos financeiros (em US$), a Gulfstream encerrou o primeiro trimestre com um book-to-bill [relação encomenda : entrega/faturamento] de pouco menos de 1:1.

“O trimestre parecia muito bom até as falências de dois bancos regionais no início de março”, explicou Novakovic. “Isso criou uma pausa no mercado por cerca de três semanas”. Novakovic acrescentou que, desde então, a forte atividade de vendas e o interesse do cliente foram retomados, com amplo interesse em toda a linha de produtos.

A Gulfstream prevê que entregará 145 aeronaves (equivalente à media de 36,25 aeronaves/trimestre] neste ano e espera entregar 26 no 2T23 (cinco aparelhos a mais, ou +23,8% – do que no 1T23), quando a fabricante passará a 47 entregas (32,4% da meta para o ano), com um forte aumento nas entregas previstas para o segundo semestre do ano, quando o G700 entrará em operação. “Estamos bastante confiantes de que podemos chegar lá”, disse Novakovic. “Se errarmos, será por pouco”, ressaltou.

Gulfstream estoca os primeiros jatos G700 de clientes antes da homologação
O programa de testes de certificação do G700 continua avançando com a aprovação prevista para o terceiro trimestre, de acordo com Novakovic, que fez uma atualização sobre o jato de cabine larga durante a teleconferência de resultados trimestrais na quarta dia 28.

“Continuamos visando a certificação do G700 para o final do verão [norte-americano] deste ano”, disse Novakovic, descrevendo o novo “jato-chefe” da Gulfstream como uma aeronave madura e de alta qualidade. “A produção está em andamento e estamos nos preparando para entrar em serviço”, Novakovic acrescentou.

Entre as aeronaves de teste e as versões de produção, foram produzidos 30 jatos G700 até agora, de acordo com o registro da FAA.

Como continua a estocar estas aeronaves concluídas antes do início das entregas, aguardando a certificação, a Gulfstream viu uma queda temporária em seu lucro.

“Francamente, esses dois primeiros trimestres [1T e 2T23] são aberrações em termos de margens da Gulfstream”, disse Novakovic, para seguir: “Planejamos entregar um número considerável de G700 no terceiro e quarto trimestres. Para fazer isso, devemos produzi-los agora e incorrer em alguns custos do período sem a receita relacionada. Isso impactou o primeiro trimestre e afetará o segundo trimestre, mas o alívio está à vista quando as entregas começarem”.

O plano de certificação original para o G700 teria visto a aeronave potencialmente recebendo a aprovação da FAA já no final de 2022. [EL] – c/ fonte