Bombardier comprovando sua capacidade como fabricante da aviação executiva “pura”, na avaliação do analista de mercado Brian Foley, em 15.04.23


Emergindo de “turbulências” de uma corporação multinegócios carregada de dívidas, a canadense Bombardier está provando sua capacidade de perdurar como uma fabricante de jatos executivos “pura”, de acordo com analista de mercado Brian Foley, que atua à frente da sua consultoria – a Brian Foley Associates.

Lançando uma nova análise da fabricante com sede em Montreal, Foley observou que “as coisas estão batendo em todos os cilindros” para a Bombardier. “Reduzir de um conglomerado multinacional a um pônei de um truque com uma dívida esmagadora de US$ 9 bilhões pareceria o começo do fim, mas durante seus primeiros dois anos a empresa reconstituída provou o contrário”, diz Foley.

O primeiro ‘susto’ como fabricante de aviação executiva “pura” ocorreu quando da pandemia Covid-19, interromperam as operações de fabricação e a cadeia de suprimentos, além de trazer incerteza econômica pela perturbação ao cenário econômico mundialmente. Mas a Covid se tornou uma “benção” para a indústria e a Bombardier compartilhou a prosperidade das vendas, afirma Foley.

No entanto, a Bombardier permaneceu cautelosa quanto ao aumento da produção, observou Foley. “Por qualquer motivo, seja por desafios na cadeia de suprimentos ou por não querer se expandir ainda mais, a Bombardier produziu apenas o mesmo número de aviões em 2022 do que em 2021, sem dúvida perdendo mais entregas e receitas”, diz o analista. “Apesar disso, as carteiras de pedidos de aeronaves continuaram a crescer e, como um devedor responsável, a empresa pagou obedientemente sua dívida quase pela metade, elevando sua classificação de crédito”, avalia Foley.

Foley observa que, como resultado disso, a Bombardier revisou recentemente suas projeções para 2025, em 20% para receitas e 8% para lucro.

Embora esteja numa posição melhor, Foley vê o risco potencial na “história da Cinderela”, incluindo a necessidade de melhorias “expansivas e significativas” nos modelos Challenger, para permanecerem competitivos e diferenciá-los no mercado de aeronaves usadas. Além disso, a transferência da produção da Família Global para uma nova instalação pode causar interrupções, e esses modelos estão enfrentando um “bando” de novos produtos das concorrentes Dassault e Gulfstream.

Outros desafios que podem trazer uma diminuição da demanda são em todo o setor: redução do uso de serviços de fretamento aéreo, aumento do estoque de aeronave usadas e potencial para especuladores na carteira de pedidos.

Independentemente disso, Foley vê vantagens sobre desafios: “Prevejo que o setor de aviação executiva como um todo desfrutará de uma expansão permanente de mercado de 10%, graças a alguns desses novos passageiros que continuam com viagens aéreas privadas, mesmo depois que as coisas voltarem ao normal”. [EL] – c/ fontes