Bombardier tem crescimento de entregas e retorno de lucratividade no 1T23, em 04.05.23


Na quinta dia 27, a fabricante canadense da aviação executiva Bombardier reportou seus resultados trimestrais (1T23).

A Bombardier entregou um jato executivo a mais no primeiro trimestre (1T23) do que no ano anterior (1T22), com um total de 22 entregas (+4,8%). Mas, a receita saltou 17%, para US$ 1,5 bilhões, refletindo um desvio de mix de aeronaves entregues para os jatos maiores, após a descontinuação da linha Learjet no ano passado – excluindo o Learjet (no 1T22), as entregas no 1T23 aumentaram 22%.

As entregas nos primeiros três meses do ano compreenderam oito jatos Challenger (36,4%) e 14 jatos Global (63,6%), totalizando 22 jatos, comparáveis seis jatos Challenger (33,3%) e 12 jatos Global (66,7%), totalizando 18 jatos (-18,2%), no 1T22; a Bombardier também entregou três Learjet no 1T22.

A Bombardier divulgou que continua no cronograma para continuar a aumentar as entregas visando a meta de 138 entregas no ano – as entregas do 1T23 (de 22 aeronaves) representando 15,9% da meta, e restando 116 aeronaves (38,7 aeronaves /trimestre).

Mesmo com a alavancagem (ramp-up) nas entregas, a Bombardier manteve uma book-to-bill [relação de encomenda : entrega/faturamento] de 0,9:1, pouco abaixo da meta de pedidos/entregas que planeja para o ano. A carteira de pedidos (backlog) no final do trimestre somou US$ 14,8 bilhões, semelhante ao final do ano, representando pelo menos dois anos de produção.

O presidente e CEO da Bombardier, Éric Martel, reiterou que esta é uma carteira de pedidos de “qualidade” e que “nos sentimos muito bem que nossa carteira de pedidos será sustentada mesmo se houver uma recessão”. Este é um “ambiente diferente do que tínhamos antes” quando a carteira de pedidos pode ter tido especuladores que seriam afetados pelos ciclos econômicos.

O CFO da Bombardier e vice-presidente executivo Bart Demosky observou os pagamentos regulares por progresso necessários para as encomendas das aeronaves, resultando em “muito menos variabilidade”.

“A demanda está exatamente onde queremos que esteja”, acrescentou Martel sobre a atividade de encomendas, observando que os negócios na América do Norte estão estáveis, a Europa diminuiu ligeiramente, mas a região da Ásia-Pacífico está “mostrando sinais muito positivos”. Martel acrescentou que os clientes enfatizam que “eles ainda precisam se movimentar” e essa mensagem foi enfatizada na Ásia-Pacífico.

Embora reconheça que a Bombardier enfrentou os mesmos desafios de fornecedores que outras fabricantes do setor – “[este é] o terceiro ano consecutivo em que isso é desafiador” – Martel disse que a Bombardier se manteve tão profundamente envolvida no trabalho com a cadeia de suprimentos quanto já fez, até o Nível 3.

Demosky acrescentou que a Bombardier tem uma linha de peças/componentes necessárias para cumprir suas metas de entrega neste ano.

Os resultados vieram apesar das falências de bancos regionais na América do Norte, embora Martel tenha dito que a Bombardier sentiu os efeitos das mesmas por cerca de duas a três semanas. Martel acrescentou que “infelizmente” essas duas a três semanas ocorreram no final do primeiro trimestre, quando a atividade normalmente aumenta, mas acrescentou que a atividade se normalizou após essas semanas.

Motivando a fabricante canadense e sua administração, o mercado de reposição permanece na trajetória esperada, contribuindo com US$ 424 milhões, um aumento de 17% e um novo recorde para a Bombardier, que investiu pesadamente em serviços na última década.

Também motivador para a fabricante é a reviravolta na lucratividade, com lucro líquido ajustado de US$ 113 milhões no primeiro trimestre, em comparação com uma perda de US$ 69 milhões no mesmo período de 2022. “Este é o melhor lucro líquido do primeiro trimestre que a Bombardier teve em mais de cinco anos e a primeira vez que foi positivo desde 2018”, disse Demosky. [EL] – c/ fonte