EMBRAER reporta resultado 1T23 com expansão de prejuízo líquido, para R$ 368,3 mi (ajustado de R$ R$ 466,9 mi), com receita líquida de R$ 3,726 bi, em 05.05.23
Fonte: Estadão/InfoMoney e g1 – 04/05/2023
A EMBRAER reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 466,9 milhões no 1T2023, ante perda de R$ 412,3 mi no mesmo período do ano passado (1T22), com alta de 13,2% no prejuízo na comparação de período ano x ano.
No trimestre, o prejuízo líquido atribuído a acionistas foi de R$ 368,3 milhões, alta ante a perda de R$ 170,7 mi do mesmo período de 2022, com uma expansão de prejuízo de 115%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou negativo em R$ 52,9 milhões no primeiro trimestre, representando alta ante a perda de R$ 1,1 milhão no primeiro trimestre do ano passado. Com isso, a margem Ebitda ficou negativa em 1,4% no período, ante resultado estável (0,0%) um ano antes.
Já o Ebitda ajustado foi de R$ 53,9 milhões no trimestre, crescendo em relação aos R$ 45,4 mi no mesmo período de 2022, o que representou alta de 18,72%.
A EMBRAER teve receita líquida de R$ 3,726 bilhões no período de janeiro a março de 2023, expandindo ante os R$ 3,076 bi do primeiro trimestre do ano passado. Esse crescimento, de 21%, veio em linha com o projetado pela fabricante, de acordo com comentário divulgado no release de resultados. O resultado foi decorrente do melhor mix de entregas na aviação comercial, forte crescimento nas divisões de Defesa e Serviços, informou a fabricante.
Em comunicado para mercado, a EMBRAER ressaltou que o período foi “de acordo com as expectativas da administração e em linha com o planejamento da companhia”. A fabricante informou que o fluxo de caixa também foi negativo, em R$ 2.069,3 milhões “devido à sazonalidade e à preparação para maior número de entregas nos próximos trimestres”.
Nos três primeiros meses do ano, a EMBRAER entregou 15 aeronaves, um a mais com relação ao mesmo período de 2022.
EMBRAER volta a citar restrições na cadeia de suprimentos, mas mantém guidance de entrega de aeronaves mesmo com desempenho do 1T23
Fonte: InfoMoney – 04/05/2023
A EMBRAER manteve sua ambiciosa meta (guidance) de entregas de aeronaves para este ano, reafirmado pela fabricante na apresentação dos resultados do 1T23 ao mercado e imprensa, na manhã desta quinta dia 04. O descompasso com as entregas do trimestre, até o momento, porém, aparece visível.
No 1T23, a fabricante brasileira entregou 7 (10,5%) aeronaves comerciais, entretanto a meta é entregar de 65 a 70 aviões em 2023.
Na aviação executiva, foram entregues 8 (6,5%) aeronaves, enquanto o guidance para 2023 prevê a entrega de 120 a 130 aeronaves para esse segmento.
“As restrições da cadeia de suprimentos ainda estão presentes. Continuamos a agir para mitigar esses riscos. Temos melhorias esse ano, porém o cenário é ainda desafiador”, disse Francisco Gomes Neto, CEO da EMBRAER na coletiva de apresentação dos resultados trimestrais. “Nos próximos trimestres, vislumbramos uma perspectiva melhor em termos de entregas, crescimento de receitas e rentabilidade”, garantiu Gomes Neto, apontando perspectivas de negócios futuros, principalmente na aviação comercial e de defesa. “O primeiro trimestre reflete a sazonalidade do setor. Esperamos maior atividade de entregas, vendas e melhores resultados nos próximos trimestres. Há várias campanhas de vendas com boas perspectivas de crescimento em 2024 e anos seguintes”, disse Gomes Neto, para completar: “Nós estamos totalmente comprometidos com a execução de nossos planos e estimativas para o ano”.
A EMBRAER informou que há mais de 200 aeronaves em discussão para possível fechamento de negócio com potenciais clientes em diversas regiões do mundo.
A EMBRAER encerrou o 1T23 com dívida líquida de R$ 7,276 bilhões, ante R$ 5,387 bi no trimestre anterior, um aumento de R$ 1,889 bi (35%). O aumento da posição de dívida líquida da companhia decorreu do fluxo de caixa livre negativo gerado no 1T23.
O fluxo de caixa livre no 1T23 foi negativo em R$ 2,069 bilhões (US$ 399 milhões), atribuído pela fabricante principalmente pela necessidade de aumento de estoque de peças e componentes para fabricação de aviões.
“Por incrível que parece o caixa foi melhor do que a gente imaginava. A gente esperava queimar mais caixa. A gente esperava US$ 500 milhões. A gente queimou US$ 400 milhões”, disse Antonio Garcia, CFO da EMBRAER. “Mas isso é só o descasamento da receita e a formação de estoque. Nós estamos crescendo mais de 20% esse ano e então tem que ter material para atender 20% de demanda. Se olhar no primeiro trimestre, nós fornecemos 7 aviões na comercial e 8 na executiva. Para o volume que temos no guidance, nós fornecemos 6 a 7% da receita total do ano em três meses”, Garcia explicou. “Então, simplesmente houve um descasamento entre o recebimento do faturamento dos nossos aviões para o material que a gente está comprando, que a gente deve recuperar nos próximos trimestres e até, por isso, mantemos nosso guidance de US$ 150 milhões positivo ou mais [com relação ao fluxo de caixa livre para o ano de 2023]”, complementou Garcia, para emendar: “Primeiro, nos estamos crescendo a produção esse ano e vamos crescer a produção em 2024. Como o tempo de produção dos aviões é longo, mais de um ano, a gente acaba puxando material antecipadamente. Isso impacta o estoque”.
Garcia ressaltou o movimento estratégico devido à situação da cadeia de suprimento/fornecimento (supply chain), que continua desafiadora.
“O grande responsável pela subida dos estoques que acaba consumindo caixa é o ramp up [incremento] de produção em 2023 e 2024”, justificou Francisco Gomes Neto na conferência.