UAC vende toda a sua particição na SJI – SuperJet International -, uma empresa de representação comercial e suporte de mercado do jato SSJ-100, em 04.03.23
A United Aircraft Corporation (UAC), conglomerado russo, venderá toda a sua participação de 49% na SuperJet International (SJI), sediada em Veneza, na Itália, para a Markab Capital Investments, dos Emirados Árabes Unidos (UAE), como parte de um acordo que resultará na saída da UAC do programa do jato do transporte comercial-regional Superjet 100 (SSJ-100). O acordo fará com que o conglomerado russo transfira a autoridade de design e produção para a SJI em Veneza, enquanto a SJI estabelece uma nova fábrica em Al Ain, nos Emirados Árabes Unidos.
Após o recebimento das autorizações dos governos russo e italiano para descongelar as ações e ativos da SJI, a Markab Capital será proprietária de 49% da empresa, enquanto o Studio Guidotti International reterá sua participação de 41% e a Leonardo sua participação de 10%. As sanções ocidentais contra a Rússia após a invasão da Ucrânia no ano passado restringiram severamente os ativos associados ao grupo estatal UAC.
A entrada do novo acionista e o descongelamento das ações e ativos da SJI representam “pré-requisitos obrigatórios” para implementar um plano de relançamento idealizado pela SJI e Markab Capital. Os parceiros planejam comprometer investimentos de € 190 milhões (US$ 201 milhões), dos quais € 110 milhões irão para a instalação de Veneza, que manterá a responsabilidade pelas atividades de marketing e vendas, instalação de opções de aeronaves, treinamento de pilotos e tripulantes, testes finais de vôo, entregas e suporte ao cliente. O investimento permitirá o desenvolvimento de novas configurações de aeronaves, a construção da nova filial da SJI nos Emirados Árabes Unidos (UEA) e o desenvolvimento contínuo da aeronave para enfrentar a concorrência do mercado.
“Este acordo tem um grande valor para a nossa empresa, pois a interrupção das relações industriais e comerciais com a UAC permitirá que a empresa não sofra mais as limitações decorrentes dos regulamentos sancionatórios estabelecidos pela União Européia”, disse o CEO da SJI – SuperJet International, Camillo Perfido. “A SJI vai mais uma vez demonstrar a excelente capacidade técnica dos seus colaboradores, que conseguiram enfrentar um período difícil com integridade e sentido de responsabilidade”, também falou Perfido.
Para apoiar as atividades industriais e comerciais, a nova organização corporativa prevê um aumento progressivo da força de trabalho para 800 funcionários, divididos aproximadamente igualmente entre Veneza e Al Ain. A força de trabalho de Veneza caiu de 250 em seu pico para 110 pessoas, inicialmente devido à pandemia de Covid, mas agora principalmente devido às sanções.
A SJI prevê vendas de 240 aeronaves “no mínimo” distribuídas em versões de passageiros, jatos executivos e carga, a maioria das quais iria para os mercados dos Emirados Árabes Unidos e da Índia.
A unidade em Veneza administrará a direção do programa e assumirá a responsabilidade de manter as certificações ENAC e EASA. A unidade tornar-se-á tanto a Autoridade de Organização de Projeto (DOA) para a certificação Tipo da aeronave, dando-lhe a capacidade de realizar o desenvolvimento de novas configurações de aeronaves (jato executivo e cargueiro), quanto a Autoridade de Organização de Produção (POA), dando-lhe controle total da cadeia de suprimentos.
Os planos para a nova unidade em Al Ain, no Aeroporto Internacional de Al Ain, podem representar uma oportunidade importante para os Emirados Árabes Unidos, cuja nascente indústria aeronáutica permanece em estágio não maduro. “Portanto, numa fase inicial, será possível fazer uso da base de fornecedores aeronáuticos nacionais disponíveis, com particular referência à produção de peças de motores e aeroestruturas, bem como apoio de engenharia à nascente indústria aeronáutica dos Emirados Árabes Unidos”, concluiu a SJI. [EL] – c/ fontes
